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#MeuMomentoComAPsico | Grasiela Siqueira Carrenho

Na nossa cultura e em várias outras pelo mundo, a família geralmente é vista como um lugar de amor, respeito, acolhida e até mesmo de autoridade afetiva, que são as pessoas que “obedecemos” ou “respeitamos” pelos sentimentos que nutrimos por elas, sejam elas nossos pais, irmãos ou familiares próximos. Também é vista como algo divino e intocável.

Porém, em todos os meios familiares há uma certa dificuldade de resolução de conflitos, até mesmo uma incompatibilidade de convivência, o que é natural, pois quanto mais você convive com uma pessoa, maior a chance de haver desavenças. Porém, quando aquelas pessoas têm um significado tentamos uma solução para que a convivência continue, já que isso é importante para todo ser humano: “con-viver”. Você pode morar na mesma casa que uma pessoa e mesmo assim não estarem convivendo.

É muito importante termos vida social dentro e fora do núcleo familiar, pois isso ajuda no nosso crescimento pessoal e na nossa habilidade de conviver.

Mas nem todo mundo teve o privilégio de nascer em um “bom lar”, por vezes quando vemos alguém se queixando de um sujeito do seu grupo familiar, ouvimos tais frases: “mas mãe e pai são sagrados”, “mas fulano é teu irmão”, “mãe é mãe”, “mas é teu filho”.

Existem mães e pais, mas também existem geradores de filhos, pois só o fato biológico não é capaz de tornar os sujeitos “pai” e “mãe” de fato. Nem todo mundo teve pais presentes e comprometidos com o desenvolvimento e todas as necessidades dos filhos, tanto é que vemos muitos filhos não só abandonados fora, mas também dentro de seus lares, pessoas que negligenciam total ou parcialmente a educação, saúde e necessidades afetivas dos filhos.

A família é fundamental na formação de cada sujeito, mas antes de qualquer coisa temos que nos perguntar de qual família estamos falando: A de aparências? A de redes sociais? A distante? A que se importa? A que ajuda? A que forma? A que humilha? A que protege?

Antes de cobrar dos nossos filhos um afeto e um comportamento que gostaríamos que eles tivessem, precisamos pensar se ao longo da vida ou no momento presente conseguimos ser modelos do que pedimos, ou se fazemos tudo ao contrário do que dizemos a eles. E especialmente, se em nosso meio familiar não estamos sendo ou lidando com pessoas “narcisistas”, mas isso é uma conversa para outra hora.

Não vamos encontrar famílias perfeitas, mas podemos sim ter ações que façam da nossa família o nosso lugar no mundo. E também ter coragem de se retirar quando perceber que esse lugar não é mais para você.

Autora: Grasiela Siqueira
Psicóloga
CRP 06/119271
(19) 99320-2353
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By Joshua Evangelista

Comunicólogo, jornalista e cofundador do site desde outubro de 2019.