De repente, a cloroquina, grande representante das 4-aminoquinolinas, amplamente utilizada e comercializada no tratamento de doenças parasitárias e reumatológicas, desenvolvida durante a segunda grande guerra para tratamento da malária, e principalmente seu derivado, a hidroxicloroquina, passaram a ser vistos como terríveis moléculas cardiotóxicas, hepatotóxicas, causadores implacáveis de cegueira e surdez, um verdadeiro risco à saúde pública, risco maior que a própria covid19!
Usá-las? Somente à beira da morte de um paciente já fora de recursos terapêuticos.
Será que o Brasil e a ciência brasileira perderão a chance de serem protagonistas no mundo? Inovando com políticas públicas voltadas ao enfrentamento da covid-19 no estágio 1 (inicial) da doença e não somente na construção de leitos, respiradores, hospitais, UTIs e isolamentos horizontais com consequências econômicas imprevisíveis.
Será que essa síndrome de Bordeline tupiniquim nos fará dar mais crédito num anticorpo monoclonal caríssimo (Tocilizumab), ao antiviral (Atasanavir, Remdesivir) ou ao antiparasitário (nitaxozamida), entre outros medicamentos parcamente testados, ao invés da barata, histórica, largamente utilizada e compreendida hidroxicloroquina???
Precisamos, sim, assumir esse papel de protagonismo no mundo e na ciência! Precisamos assegurar segurança jurídica indubitável ao médico prescritor, capacitar os paramédicos a ajudar na identificação rápida do covid-19 nos seus primeiros dias de sintomas.
Vamos deixar de ser o reboque para ser a locomotiva mundial no combate à pandemia da covid-19.
E tem que ser logo!!!!
Isso é o que eu penso hoje! 10/4/2020
DR.ROGÉRIO PANHOCA, médico otorrinolaringologista e OHB.